Sempre que posso, costumo levar
meu filho Mateus para brincar na praia aos sábados pela manhã. Como moramos em
apartamento, apesar de espaçoso, fico imaginando sua alegria ao ver-se livre daquelas
paredes.
Como sempre faço ao chegar a
praia, escolho um lugar apropriado para construir um muro de areia, aonde as
águas cheguem com menos força, para que ele possa brincar na areia e ao mesmo
tempo desfrutar da água gelada do mar aqui onde moro.
Sempre faço bons muros de areia.
Desta vez, fiz o melhor, mais alto e mais modelado muro até então.
O mar estava mais agitado do que
de costume e as suas ondas quebravam próximo ao muro, mas o muro resistia
firmemente. Ali, vendo o Mateus brincar e as águas baterem contra o muro,
fiquei admirando minha excelente obra.
Depois de alguns minutos, fui
brincar de bola com meu filho e deixamos o muro alto para trás. Ele ama uma
bola. Depois de uns 20 minutos, voltamos para nosso ponto de partida. Mateus
foi brincar na areia, mas, percebi que algo já não estava como antes. O
imponente muro que eu havia construído, já não estava mais de pé. Havia sido completamente destruído pelas ondas
que estavam ainda mais agitadas e bravias. O muro não resistiu e fora
completamente destruído. Curiosamente, não havia nem mais vestígios da sua
existência. O terreno estava plano e era como se jamais houvesse construído um
muro ali.
Fiquei olhando as ondas que iam e
vinham sobre a área em que o muro estava. Fui levado a pensar sobre o coração
pecaminoso e o gracioso perdão de Deus.
Quantos muros pecaminosos
levantamos em torno do nosso coração! Quantas vezes nos aplicamos em levantar
muros cada vez mais altos para preservar o que deveria ser destruído? Quantas
vezes queremos preservar aquilo que construímos e que julgamos ser importantes,
mas que na realidade, não passa de orgulho, vaidade e soberba da vida?
Quantos muros construímos em
torno do nosso coração, pois na realidade, confiamos mais nas obras de nossas
mãos do que na ação do bom pastor que é Jesus.
Olhando para o terreno
completamente varrido pelas ondas bravias do mar, pensei: assim como as ondas
bravias do mar, destruíram o muro que eu havia construído, e acertaram o
terreno, sem deixar vestígios, assim também deveria acontecer com o meu
coração.
Os muros levantados, indicando
minha desconfiança na ação e no cuidado do bom pastor Jesus, deveriam ser
destruídos, não pelas ondas bravias, mas pela preciosa graça de Deus.
Ó precisa graça, que insiste em
alcançar os filhos de Deus!
Ó preciosa graça, que valida toda
a vontade do Altíssimo!
Ó preciosa graça, que derruba os
nossos pecados e limpa plenamente nossos corações!
Ó preciosa graça que faz lembrar
a fragilidade das minhas obras!
Ó preciosa graça que faz lembrar
a fragilidade das minhas mãos!
Ó preciosa graça que faz
resplandecer a obra do bom pastor Jesus!
Ó preciosa graça que faz exaltar
as obras das mãos do Redentor Jesus!
Ó preciosa graça que me faz lembrar
que Ele tem cuidado de mim!
Com os olhos lacrimejantes,
chamei meu filho para irmos embora, pois já estava quase na hora do almoço.
Antes de irmos, falei com ele o que estava pensando e sentindo e falei a ele
que confiasse de todo o coração em Jesus.
Meu filho Mateus, de 1 ano e 9 meses,
curiosamente sorriu, me deu uma abraço e disse: “tchau paia”.
Tchau praia, tchau muro, tchau
confiança em si mesmo.
Bendita graça e bendito seja Deus
e nosso senhor Jesus Cristo!