Seus Decretos – parte I
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva serôdia que rega a terra. Oséias 6.3
De tempos em tempos assisto a um determinado programa evangélico de entrevistas, dependendo do assunto e dos entrevistados. Num dado momento do programa, há uma enquete feita nas ruas, perguntando as pessoas qual a opinião delas sobre o assunto em debate. As respostas sempre me surpreenderam, menos pelo conteúdo, na maioria das vezes preocupante, e mais por sua forma. Os entrevistados sempre diziam: “eu acho”, para toda pergunta feita. Independente do tema abordado, independente de terem lido, ou não, alguma coisa a respeito, independente de terem parado, ou não, um minuto para pensar no assunto, os entrevistados sempre respondiam com um lamentável “eu acho”.
O profeta Oséias descreveu com clareza a advertência da vinda do Senhor como certa. Nas páginas do Novo Testamento vemos com clareza ainda maior a advertência do retorno de Jesus Cristo. Até a consumação de todas as coisas, recebemos uma ordem bendita para conhecermos a Deus, pelo fato maravilhoso de Deus ter-se revelado na pessoa de Jesus Cristo.
Temos no presente momento uma contradição de realidade. Enquanto observamos o avanço evangélico no Brasil, observamos com imensa preocupação o desconhecimento de algumas doutrinas básicas e fundamentais da fé cristã. O cristianismo que está sendo apresentado é uma caricatura do verdadeiro cristianismo bíblico.
Idolatria, ecumenismo, egocentrismo, paganismo, crendices populares e uma forte influência mundana, sociológica e ideológica, estão moldando uma geração inteira. Dizer que isso é bom, é inverter a realidade chamando o mal de bom e o bom de mal.
Conhecer a Deus é uma das principais características da teologia cristã clássica. É espantoso ver homens e mulheres, jovens e adolescentes mais preocupados em barganhar com o Altíssimo do que conhecê-lo. É lamentável ver evangélicos mais encantados e empolgados com determinado artista ou pregador do que com o Senhorio do Deus Todo Poderoso. É lamentável ver evangélicos amedrontados por satanás, enquanto na presença daquele que é fogo consumidor (Hebreus 12.29) são desleixados. Procedem como se estivessem assistindo a uma partida de futebol. É vergonhoso ver o hedonismo crescente no meio evangélico, onde somente se busca a satisfação pessoal.
Muitos grupos evangélicos se reúnem somente para exigir que Deus satisfaça suas vontades. Buscam o que seus corações corruptos ordenam. Reunidos, choram, pulam, aplaudem, fecham os olhos em profunda consternação, tão somente para tentar conquistar o que querem. Tais evangélicos jamais afirmaram em oração a santa orientação: “Senhor, seja feita a tua vontade”.
Em meio a tamanha discrepância de crenças no meio evangélico, é bom distinguir alguns termos, e o principal para este momento é fé reformada.
Quando falamos em fé reformada, queremos que haja distinção entre aquela espécie de fé corrupta e a verdadeira fé bíblica. Portanto, fé reformada é aquela fé apresentada nas Escrituras Sagradas. É a fé que se humilha diante do Rei dos reis, que se submete ao senhorio de Jesus Cristo, que descansa à sombra do onipotente, que reconhece nele toda razão da existência, que contempla o sacrifício de Jesus Cristo como o fundamento para consternação piedosa e alegria serena, que contempla e experimenta o derramar da graça de Deus nos corações, que se alegra profundamente e intensamente pelo fato de sermos filhos de Deus, amados do Pai e herdeiros do reino celestial.
Apresentamos nosso desejo de, nos próximos domingos, compartilharmos das maravilhosas doutrinas do ser de Deus, a começar por seus decretos. O intuito é o fortalecimento da fé com base no ensino do conhecimento de Deus, conforme revelado nas páginas das Escrituras Sagradas.
Está será, sem dúvida, uma maravilhosa jornada amparada pela maravilhosa graça.